Simone de Beauvoir disse: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. Afinal, você sabe o que a filosofa quis dizer com essa frase? E você sabe qual importância para o movimento?

A primeira coisa que quero chamar atenção é que Simone de Beauvoir nunca se considerou feminista. Mas isso não quer dizer que ela não foi uma filosofa engajada na causa. Sua contribuição é mais que prática, é teórica. Suas ideias influências o modo de vida de muitas mulheres que buscam um mundo mais justo.

Sua conhecida frase foi citada pela primeira vez na obra, O Segundo sexo. O titulo por si só já nos convida para reflexão. Por que a mulher é o segundo sexo? O que a mulher deve em relação ao homem? Existem motivos justificáveis para isso? Simone acreditava que não. Basta analisarmos o restante da frase: “Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino”. Com isso quer dizer, que a situação pode ser diferente. E se fosse diferente Por que não poderia ser uma situação de maior justiça?

A maior justiça é o que o movimento feminista busca: – Situação de paridade entre homens e mulheres. Nada mais. Muitas pessoas acreditam que isso é bobagem. mas observe os seguintes dados: “em 2018, o rendimento médio das mulheres com emprego foi 20,5% menor do que o dos homens. Isso sem comparar os cargos ocupados por ambos”. ou, “Na comparação entre 2017 e 2018, houve um crescimento de 4% dos feminicídios em todo o país. A cada quatro horas uma mulher é morta por ser mulher, por medo ou por ódio”.

Estes dados mostram que as pautas feministas são importantes por si só. O movimento feminista, que volta e meia recorre aos escritos da filosofa francesa, tem sua necessidade de ser: O direito a vida.

 

Referência: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/24/opinion/1571868956_647096.html