Você entra no mercado e realiza suas compras. O simpático e agradável atendente lhe dá um sorriso sincero. Você responde automaticamente com um outro sorriso. Uma pessoa alegre tem o poder de nos deixar alegra, e uma pessoa triz causa o efeito contrário. Você esta diante de um fator muito importante dentro filosofia moral: Os sentimentos morais.
Nas palavras do autor escocês:
Mesmo nossa simpatia pela tristeza ou pela alegria de outrem, antes que sejamos informados de sua respectiva causa, é sempre extremamente imperfeita. Reclamações genéricas, que nada expressam além da aflição de quem sofre, geram mais uma curiosidade em relação à situação, junto com uma certa disposição de simpatizar com a pessoa, do que qualquer simpatia efetivamente sensível. A primeira pergunta que fazemos é: o que te aconteceu? Até que isso seja resolvido, ainda que fiquemos desconfortáveis com a vaga ideia de seu infortúnio e, mais ainda, com torturar-nos sobre qual seja, nossa simpatia não é muito considerável A simpatia, portanto, não surge tanto da visão da paixão quanto da situação que a suscita
Vamos seguir nossa história.
Pense agora que voltamos do mercado de ônibus. Durante a viagem ouvimos a história de um passageiro que perdeu um ente querido. Ficamos tristes ao perceber a tristeza do desconhecido. Contudo, não conseguimos sentir a dor que a pessoa está sofrendo. Isso ocorre porque somente um ser que vive tais situações particulares pode entender genuinamente esta dor. Então, como sabemos que a pessoa sente uma perca? Adam Smith lança mão da ideia de imaginação. Por meio da imaginação me coloco no lugar do outro. Embora nunca com a mesma intensidade. Ainda assim conseguimos retirar ótimos elementos para pesar a ética. Como por exemplo a noção de justiça. Explico: Ao ver um outro paciente ( por exemplo o passageiro desconhecido) renuncio meus sentimentos e imagino do ponto de vista dele. Conseguimos nos aproximar da generosidade, dos sentimentos de justiça e injustiça. Aí está a conexão entre o observador e o agente. Ou seja, entre mim e o passageiro. Em outras palavras, justiça nos fornece o meio de conexão de diferentes pessoas. O sentimento de reconhecimento e dignidade nascem. Desse modo, por meio de sentimentos naturais podemos buscar uma sociedade virtuosa. Portanto, na medida em que entendemos o outro e suas motivações para a ação, reconhecemos e reafirmamos sua identidade. Ou seja, ligamos o indivíduo isolado (reafirmando sua identidade), com a comunidade, reconhecendo seus direitos.