Filosofia

Quantos grãos de areia formam um monte? Entenda a lógica por detrás desta brincadeira

Quantos grãos de areia formam um monte? A pergunta parece ser boba e até sem fundamento. Todavia, detrás desta questão existe longas discussões filosóficas sobre os mais diversos temas espinhosos: lógica, matemática, ética. Sim, essa é uma grande questão! Ela não é uma pergunta nova, sua origem remonta a Grécia antiga.

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Pensamos no paradoxo:

Vamos pensar: 2 grãos de areia não formam um monte. Se 2 grãos de areia não formam um monte, então 3 grãos também não. Parece que 20 e 40 grãos de areia também não formam 1 monte.  Se você seguir pensando nesta lógica vai chegar em ideias absurdas. Como por exemplo: Se 99.999 grãos de areia n formam 1 monte, então 100.000 grãos também não formam um monte.

Conseguiram enxergar o paradoxo?

Se aplicarmos uma fórmula do tipo “inserir 1″, não conseguimos determinar nada. Se aplicarmos uma fórmula do tipo”retirar 1”, caímos no mesmo problema. Supondo que 10.000.000 formam um monte. 10.000.000 -1, deixa de valer? ou 10.000.000 -2? Como enxergamos o fim desta questão?

Uma alternativa é nós mesmos trazermos uma definição pro monte. Porém, a discordância sempre é possível. Em outras palavras, admitimos que a questão segue em aberto.O legal de pensar isso é que nós não estamos falando de grãos de areia. A lógica por detrás dessa brincadeira trás discussões grandes.

Entendendo a inadequação

O problema latente do paradoxo é um problema de linguagem. Na verdade, são muitos os problemas: matemática, lógica e ética. Mas vamos nos interrogar sobre os problemas da linguagem. Para isso precismos entender os problemas de linguagem. Falando nisso, a linguagem natural esta cheia deles. Problemas que só descobrimos devido a interrogações filosóficas.

A primeira coisa que devemos perceber é que a linguagem tem uma certa vagueza. Isto é, possui uma certa área de aplicabilidade. Por exemplo, não conseguimos determinar se o predicado de aplica ou não. Como o já citado Monte. A vagueza trás outra característica: Ela apresenta pequenas variações: Uma pessoa com 50 fios de cabelo é careca. E se ganhar um fio, algo muda?

Pensamos na expressão “filinho da mamãe”. Percebem o problema? Sou o filinho da mamãe com 2, e 3 anos. Deixo de ser com 4 anos de idade? PArece que não. Mas que motivos tenho para deixar de ser aos 21?Além disso é um termo ambíguo. Pode apresentar tanto um significado carinhoso como uma zoação de meus amigos. Ela é ambígua porque apresenta dois significados.

Devemos entender também o que é o “valor inferencial”. Como o próprio nome diz, ele trás uma inferência. Se estou na minha casa e ouço minha mãe falar “olha o ratinho”, no chão. Eu sei que ela fala de um mamífero roedor. De nenhum modo vou confundir com o famoso apresentador de tv. Porém, a termos que sã vagos. Os termos vagos são onde estão nossos paradoxos.

Para responder o problema devemos adentrar ao estudo da lógica. E são varias as lógicas que lidam com este problema: supervalorativa, difusa. Etc. Apesar de complicado é legal pensar nestas questões.  Podemos fazer analogias como por exemplo: Quantos fios de cabelo uma pessoa precisa para ser considerado carecas? Lembrando que poucos é um termo vago e se precisarmos um número ele será passível de discordância.  Ora, paradoxos possuem esta natureza.

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