Deixe ele dançar na esquina de casa.
Deixe ele sambar na escadaria da praça.
Deixe ele ser ele, ela, quem bem entender.
Deixe ele cantar com a alma alegre e séria.
Deixe ele cantar na praia, na fazenda, na feira.
Ele é Pereira.
Ele é Silvero.
O cara da voz de seda.
O gol de placa que a arte nos deu.
Deixe o cara ser Elis, Maria, Almodóvar.
Deixa o cara ser riso, ser drama, ser sexo.
Deixe o cara abanar o cabelo.
Deixe o cara ser mordomo, motorista, feirante.
Deixe o cara do riso sereno.
Do corpo pequeno.
Da alma gigante.
O cara da luz que não apaga, não queima,
não cega e nunca, nunca, mas nunca: Se apequena.
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